MIG-31 russos entraram no espaço aéreo da Estónia por 12 minutos


Domingo, 21 de Setembro, caças suecos JAS 39 Gripens e os caças alemães Eurofighter da OTAN foram enviados para o sul do Mar Báltico, identificando e monitorando uma aeronave IL-20 de reconhecimento da Russia no espaço aéreo internacional.

Três caças MIG-31 russos entraram com transpoders desligados no espaço aéreo da Estónia, membro da OTAN (NATO), na sexta-feira, 19 de Setembro, e teriam ignorado os alertas dos pilotos italianos que responderam à missão de policiamento aéreo do Báltico da NATO. Os MIG-31 russos entraram no espaço aéreo da Estónia entre as 9h58 e as 10h10, hora local, na sexta-feira, na área de Vaindloo, uma pequena ilha localizada no Golfo da Finlândia, no Mar Báltico, informou o exército estónio. Um comunicado do ministério afirmou que esta foi a quarta violação do espaço aéreo pela Rússia este ano.
A violação do espaço aéreo por 12 minutos, foi o mais recente teste da Rússia à capacidade da OTAN de responder às ameaças aéreas russas, depois de cerca de 20 drones russos terem entrado no espaço aéreo da Polônia em 10 de Setembro.

O Ministério da Defesa da Rússia negou, no sábado, que os seus aviões tenham entrado no espaço aéreo da Estónia, depois de Tallinn ter relatado que três caças russos cruzaram o seu território sem autorização. As autoridades estonianas rejeitaram as alegações da Rússia, afirmando que a violação foi confirmada por radar e contacto visual, e sugeriram que poderia ser uma tática para desviar os recursos ocidentais da Ucrânia.


Mas, embora tenham reconhecido a comunicação dos pilotos italianos que voavam em caças F-35, aparentemente ignoraram-na e "não seguiram os sinais", o que foi, em parte, a razão pela qual permaneceram no espaço aéreo estoniano durante tanto tempo, acrescentou Kiviselg, "os jatos russos devem ter sabido que estavam no espaço aéreo (estoniano)", acrescentou.

Os jatos russos partiram de um aeródromo próximo à cidade de Petrozavodsk, no noroeste da Rússia, e seguiam para Kaliningrado, o enclave russo no Mar Báltico, situado entre a Lituânia e a Polónia. O seu percurso foi rastreado por dois caças finlandeses antes de serem escoltados pelos dois jatos italianos que decolaram da Base Aérea de Ämari, na Estónia, e que os seguiram até o espaço aéreo internacional, disse Kiviselg.

Margus Tsahkna, ministro das Relações Exteriores da Estónia, disse à AP que o incidente foi "uma violação muito grave do espaço aéreo da NATO". A última vez que o espaço aéreo da Estónia foi violado por tanto tempo foi em 2003, disse, "pouco antes da Estónia aderir à NATO".


O governo da Estónia respondeu dizendo que iria solicitar consultas ao abrigo do artigo 4.º do tratado da NATO, que permite a um membro consultar formalmente os aliados sempre que a sua integridade territorial, independência política ou segurança sejam ameaçadas. A Polónia também recorreu a este mecanismo depois do seu espaço aéreo ter sido violado por drones russos e, depois disso, a NATO lançou a sua missão Eastern Sentry para reforçar as defesas ao longo da sua fronteira oriental.

Durante o incidente de sexta-feira, a Estónia e os seus aliados observaram a rota dos jatos russos, a comunicação e a reação dos pilotos, bem como os sistemas de armas que transportavam, e estavam "muito confiantes de que não havia necessidade de os abater", disse Pevkur.


As autoridades estonianas afirmaram no sábado que não havia necessidade de acionar o Artigo 5º, cláusula de defesa coletiva da NATO, apesar das repetidas violações por jatos e drones russos, bem como das alegações de autoridades ocidentais de que Moscovo está travando uma guerra híbrida contra o Ocidente, incluindo uma campanha de sabotagem, ataques cibernéticos e operações de influência.